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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

SEVILLA

Plaza de Toros

A Espanha, como já demonstrei em outras postagens, é um país que muito me fascina, seja pela beleza e cultura, seja pelos excelentes vinhos e pela gastronomia invejável. Daí a nossa escolha em visitar mais uma vez esse país tão interessante, agora seguindo até Sevilla, a capital da Andaluzia. A viagem começou em Lisboa, onde alugamos um carro para seguirmos até Sevilla, que fica a uma distância de aproximadamente 400km. Aqui vai nossa primeira dica, pois ao traçar o percurso de Lisboa até Sevilla, não aceitem a rota normalmente proposta pelo GPS, uma vez que aumenta a distância em 100km. Assim, o ideal é escolher a rota até a cidade alentejana de Beja e, de lá, colocar Sevilla no GPS, economizando tempo e combustível. Inclusive, este caminho, além de ser mais curto e possuir lindas paisagens rurais do Alentejo, tem a vantagem de não ter pedágios, a não ser na chegada e saída de Lisboa, sendo um caminho bem tranquilo até Sevilla, com boas estradas e pouco tráfego.
Catedral de Sevilla
Ao chegarmos em Sevilla, fomos direto ao seu centro histórico, nas proximidades da catedral, onde próximo há um estacionamento publico, ao custo de €15,00/dia e foi lá onde deixamos o carro estacionado nos três dias que passamos na cidade, já que não é preciso carro para explorar Sevilla. Sem reservar hotel, foi bem fácil encontrar um bem próximo à Catedral. Após deixarmos as malas, fomos passear pela cidade. Logo paramos num bar/restaurante para comermos algumas tapas, devidamente acompanhadas por um bom vinho da Andaluzia. À noite, fomos assistir a um jogo entre Barcelona e Real Madri num bar, além de um ótimo papo e a boa comida, os quais tornaram aquela noite ainda mais agradável.

No dia seguinte, acordamos bem cedo e já às 9h estávamos passeando pela cidade. Nossa primeira parada foi no Real Alcazar, antigo palácio com seus belos jardins e um marcante estilo arquitetônico árabe que domina todo o local. Em seguida, fomos na plaza de toros, onde conhecemos a história da tourada e desfrutamos da beleza e grandeza da arena utilizada para as toradas. Em seguida, caminhamos pela margem do rio Guadalquivir, onde escolhemos um dos restaurantes que existem na região para almoçarmos e descansarmos um pouco. E esta escolha foi o ponto baixo do dia, já que fomos mal servidos e a comida era de pouca qualidade. Superando este ponto negativo, continuamos nossa caminhada, seguindo, agora, até a Plaza de España, que foi o ponto alto da viagem, podendo dizer que é uma das mais belas e majestosas construções que já conheci na Europa. Passamos bons minutos contemplando o lugar, para depois tomarmos um bom sorvete, já na volta para o hotel. Este foi o dia que mais nos divertimos pois, antes de chegarmos ao nosso hotel, paramos para visitar um outro hotel que possui um espaço super descolado na cobertura, ideal para tomar um bom vinho e apreciar a excepcional vista para a Catedral. Depois de uma taça, fomos para o hotel apenas para tomarmos banho e descansarmos um pouco mais, saindo logo em seguida para jantar. A cidade ainda continuava lotada, com muita vida nas ruas, que estavam lindamente decoradas com temas natalinos, o que deixou nossa viagem ainda mais agradável.


No dia seguinte, paramos apenas para comprar alguns livros antes de seguirmos de volta à Lisboa. No caminho, ao chegarmos em Beja, paramos no restaurante A Pipa, uma casa portuguesa bastante tradicional e que estava entre as melhores opções da cidade para comer. O almoço estava simplesmente delicioso, tornando nossa refeição extremamente agradável, apesar da simplicidade do local. Pedimos 5 pratos, 5 sobremesas, uma garrafa de vinho, água, pães e refrigerante ao custo de menos de 20 euros por pessoa, já que éramos apenas quatro.
Na volta para casa, fazendo o balanço da viagem, destacamos enquanto ponto positivo a grata surpresa que tivemos em conhecer uma cidade tão bela como Sevilla, que, confesso, não imaginava que fosse tão bonita assim. A beleza arquitetônica e a tradição da tourada, cuja temporada começa apenas nos meses de abril e que já estão esgotados os ingressos para abril de 2012, foram realmente fascinantes. Já como ponto negativo estão a própria comida local, que fica aquém de outras regiões da Espanha, e o serviço, que é péssimo (rude, demorado e ineficiente). Apesar da alegria do povo, na cidade não há um serviço de qualidade, nem a comida foi surpreendente. Contudo, o viajante não precisa se preocupar ou criar expectativas negativas de Sevilla. Muito pelo contrario! É um lugar que adorei conhecer e que, além de recomendar, espero voltar lá algum dia. Inclusive, uma boa dica é passar mais um dia na cidade e aproveitar para visitar Granada, que fica próxima, podendo o viajante chegar até lá de carro ou utilizando as excursões que há para Granada nas varias agencias de viagem localizadas em Sevilla. Como a ida à Granada iria aumentar consideravelmente nosso percurso até Lisboa, resolvemos deixar a visita para uma outra ocasião. Chegando à Lisboa, agora realmente cansados da viagem e das poucas horas de sono que tivemos, o sorriso estampado no nosso rosto era o sinal de que Sevilla realmente nos surpreendeu a todos e que para lá certamente retornaremos.



Torre del Oro            

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

LYON

Place Antonin-Poncet

Place Bellecour
      Lyon é a capital gastronômica da França, terra dos excelentes vinhos do Rhone e localizada perto dos Alpes. A viagem à Lyon decorreu sem grande planejamento, tendo em vista que aproveitei a baixa temporada e o bom preço da passagem aérea para conhecer a cidade.

     Ao chegar à Lyon, cujo aeroporto internacional fica bem distante da cidade (30 km), peguei um trem (Rhone Express) que liga o aeroporto à Gare de la Part-Dieu, que também é uma estação de metro, que fica bem no centro da cidade. Não é preciso reservar o trem que liga aeroporto/gare de la Part-Dieu, apesar de ser possível fazê-lo pela internet, o ticket custa cerca de 15 euros e o trem parte a cada 15 min. Da Gare de la Part-Dieu é só tomar o metro para chegar ao centro histórico de Lyon (estação Vieux Lyon).

     Em relação à hospedagem, há duas possibilidades igualmente interessantes. A primeira, que foi a que eu escolhi, é reservar um hotel na Vieux Lyon, que é o centro histórico da cidade, onde os pontos de interesse e os melhores restaurantes podem ser acessados a pé. O ruim é que fica muito distante do aeroporto (de táxi 60/70 euros) ou duas conexões de metro e mais o trem expresso até o aeroporto (1h de transporte público), caso decida não ir de táxi. Na minha viagem, acabei tendo que voltar para o aeroporto de táxi, pois o meu voo saía às 7:00h da manhã, de modo que chegaria atrasado para o embarque, devido ao tempo de deslocamento entre metro e trem. A outra opção é ficar hospedado nos vários hotéis de rede que há nos arredores da Gare de la Part-Dieu e de lá, utilizando o metro, acessar os pontos históricos e restaurantes. O inconveniente é que o metro fecha durante à noite por volta de 1h da madrugada, o que atrapalharia a noitada daqueles que gostam de ficar até bem tarde.

Lyon vista do alto (Notre-Dame)
      Assim que cheguei ao hotel (hotel St. Paul, 72,00/noite), deixei a mochila, tomei um banho e parti para desfrutar da excelente gastronomia da cidade. O restaurante escolhido estava lotado ( Le Gourmand de Saint Jean), com muitos franceses, o que era um bom indicativo de que a comida deveria ser boa, e, realmente, estava excelente, à exceção da entrada que foi muito normal. De barriga cheia, ainda me aventurei por uma boa caminhada pelas ruelas da velha  Lyon, só que o frio beirando a 0º e com sensação térmica ainda mais baixa, impediram-me de continuar.
Chapelle de la Trinité
     

 
No dia seguinte, que era um domingo, resolvi sair para explorar a cidade, visitei os principais pontos turísticos, que basicamente se resumem à própria Vieux Lyon, alguns parques e à bela arquitetura da cidade. Depois de muitas horas de caminhada, eis que chego para almoçar, já no meio da tarde, no restaurante Chabert & Fils, onde, mais uma vez, a gastronomia Lyonnais me surpreendeu. Foram 5 pratos maravilhosos, em quantidades generosas, o que me fizeram retornar para o hotel totalmente satisfeito e desejando uma boa noite de sono.

     Já no terceiro dia, fiz uma grande besteira, pois não atentei para o fato de ser uma segunda-feira, quando normalmente os museus estariam fechados e perdi a oportunidade de visita-los. Para não perder aquele que seria meu último dia em Lyon, fui à Gare de la Part-Dieu e de lá tomei um ônibus até St. Etienne, a fim de conhecer mais uma outra cidade. St. Etienne não tem muitas coisas para fazer, e, com o dia muito frio, foi difícil passear a pé pela cidade, porém deu para curtir um pouco o clima do local e "bater perna" pelo lugar. No entanto, não recomendo a visita, a não ser para passar, almoçar e seguir viagem, pois não é uma cidade muito bonita, nem que tenha muitas atrações para os turistas. No final da tarde retornei à Lyon, satisfeitíssimo com a viagem que, apesar de curta, foi bem interessante, esperando retornar um outro dia, com mais calma e devidamente acompanhado, para desfrutar com intensidade todos os prazeres que Lyon é capaz de oferecer ao visitante.


Vieux Lyon

Vieux Lyon com Notre-Dame de Fourvière ao alto

Filé Mignon com redução de vinho

Foie gras

cordeiro com batata gratinada

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Santiago de Compostela

Catedral de Santiago de Compostela

     Seguindo nossa sequência de destinos europeus, resolvemos ultrapassar as fronteiras lusitanas e desvendarmos as belezas da belíssima e mística Santiago de Compostela. Saímos do Porto e rodamos cerca de pouco mais de 200km até chegarmos à Santiago. O caminho é tranquilo com alguma beleza natural e vale a parada para almoçar em Braga, que fica no caminho.

    Logo na chegada ficamos todos deslumbrados com o lugar, sobretudo com o centro histórico, que se distribui entre vielas estreitas, fazendo o turista viajar no tempo e se imaginar na época medieval. Tudo inteiramente preservado. Toda a parte histórica é lindíssima, porém, indubitavelmente, o ponto alto de Santiago de Compostela é a sua catedral. A emoção de chegar próximo a esta construção simplesmente esplendorosa e magnífica é de tirar o fôlego. É talvez a estrutura arquitetônica mais bela que já pude admirar. A sua grandeza e beleza nos faz refletir sobre o verdadeiro sentido da vida, e isso até mesmo aos mais céticos. 

    A histórica catedral na realidade é o templo maior de um enorme conjunto arquitetônico composto por vários edifícios, inclusive outras igrejas. A catedral deve ser admirada durante o dia e também à noite, já que com a iluminação traz um colorido diferente à bela catedral. Porém, Santiago não se resume "apenas" à catedral, pois os demais edifícios que compõem o seu centro histórico, além do agito noturno e da excelente comida da Galícia torna o passeio ainda mais interessante. Infelizmente nosso tempo foi curto e só passamos uma noite em Santiago. Entretanto, recomendo que o viajante passe pelo menos duas noites para aproveitar bem a cidade e, quem sabe, ainda explorar os seus arredores.
     O viajante que quiser conhecer Santiago de Compostela e tiver um pouco mais de tempo, sugiro que vá até Porto, que também é uma bela cidade, depois alugue um carro e siga até Santiago, parando algumas horas em Braga que fica no caminho. Se ainda tiver mais um ou dois dias de sobra, após conhecer Santiago, pode-se seguir até A Coruña, que fica próximo. Acredito que uns sete dias seria o suficiente para uma viagem extremamente agradável por estes locais, além de uma verdadeira experiência gastronômica.
Santiago de Compostela - parte nova


    É bom advertir ao viajante que na Galicia quase tudo fecha após as 4h da tarde, só reabrindo à noite. Durante o período da manhã, o comércio abre às 10h. Quanto à hospedagem, fora dos períodos festivos e de grande peregrinação, não se faz necessário reservar com antecedência hotéis ou pousadas, bastando que dê algumas caminhadas pela cidade e escolha um hotel para ficar. Caso queira gastar bem menos (15,00 euros p/pessoa), basta procurar a Senhora Maria, da barraca de frutas, que a mesma irá conseguir um bom quarto no centro histórico a este preço. Não tenham receio, é só se informar sobre tal senhora que todos os comerciantes sabem dizer quem é e onde se localiza o seu comércio de frutas. 
     No mais, é aproveitar as belezas, magia e história de Santiago de Compostela, além da deliciosa comida e dos excelentes vinhos. Ao voltar para casa, trará na bagagem um pouco do elemento místico que envolve a terra sagrada de Santiago de Compostela, na certeza de que um dia retornará, e, quem sabe, caso tenha uma forte motivação interior, realizará os 500 km do caminho de Santiago de Compostela.



quinta-feira, 10 de novembro de 2011

PENICHE E ÓBIDOS

Fortaleza em Peniche
     Neste final de semana, resolvemos alugar um carro na Estação do Oriente (locadora Avis) e explorar o centro oriental de Portugal, fazendo uma visita pelos lugares mais interessantes da região. A nossa primeira parada foi no balneário de Peniche, uma pequena cidade litorânea, com predominância de paisagens costeiras, algumas estruturas antigas (como a fortaleza acima), além de bons pontos de surf e contemplação da beleza cênica local. A cidade em si não tem muito o que se ver, merecendo uma parada para visitar os pontos turísticos (o que se faz em 1 ou 2 horas), além de aproveitar a culinária local, cuja especialidade são as caldeiradas, além dos peixes, logicamente. 

Peniche (Cabo Carvoeiro)
    Após darmos um bom passeio a pé, circulamos de carro toda a península, com boas fotos tiradas no Cabo Carvoeiro. Após isto, decidimos almoçar num restaurante/cave que vale muito a pena conhecer, chamado Tasca do Joel, muito bonito, baratíssimo e tem uma comida simplesmente divina, apesar de simples e sem frescura. Neste restaurante comi uns búzios, uma espécie de escargot marinho, acho que algo assim, podendo os amigos viajantes conferirem o animal na foto abaixo. Além disso, pedi um pato estufado que estava muito bem feito, além do vinho da casa (normalmente são muito bons em Portugal), sobremesa e cafezinho, saindo tudo por apenas 20,00 Euros.
Peniche (Cabo Carvoeiro)
    Depois de comer bastante, seguimos até Óbidos, que fica vizinha à Peniche. Logo na chegada à Óbidos percebemos que seria o ponto alto daquele dia, pois a cidade é, na verdade, uma pequena vila medieval, cercada por muralhas, com lojinhas, restaurantes e pequenas pousadas nas suas ruas e vielas. Apesar da beleza, não aconselho ao viajante dormir por lá, pois praticamente não há o que se fazer, apesar de ter alguns restaurantes interessantes. A única hipótese plausível de se pernoitar em Óbidos é chegar já no final do dia, apenas para conhecer o local, sair mais tarde para comer alguma coisa e depois dormir.
Búzios
    No final do dia, já escurecendo, decidimos então dormir num outro local e, de imediato, um dos viajantes sugeriu que fôssemos até Coimbra, que ficava a 150km de Óbidos e que, além da beleza, tem os agitos da cidade grande. Então, pegamos a estrada e seguimos até Coimbra, o que comentaremos no próximo post. 
rua principal de Óbidos

Óbidos

Fortaleza de Óbidos

Óbidos vista do alto da muralha

Portão de entrada de Óbidos

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Porto

Igreja dos Congregados
      Iniciando a temporada que passarei em Lisboa, aproveitei o final de semana ensolarado e resolvi desbravar as belezas do Porto, segunda maior cidade de Portugal e de uma beleza indescritível, que somente com meus próprios olhos poderia constar tamanha beleza. Comprei por 55 Euros a passagem ida/volta de Lisboa à Porto, num confortável trem (aqui chamado de comboio) de alta velocidade (mais de 200km/h), que fez o percurso em menos de 3h, apesar do atraso de 15 minutos durante a viagem. logo na chegada à estação Porto-Campanha, a primeira pegadinha. Esta estação fica distante do downtown, contudo o viajante não deve se preocupar. Pode desembarcar do trem e aguardar o metro que passa nesta mesma estação e segue em direção à estação São Bento, esta sim bem no meio do centro histórico do Porto e de todas as principais zonas de interesse do viajante. Lembre-se que o bilhete que adquiriu para a viagem de trem tem validade para que possa seguir de Porto-Champanha até a estação São Bento, caso seja requisitado a apresentar o bilhete, pode mostrar o bilhete Lisboa-Porto.

Praça da Liberdade
     Ao chegar na estação São Bento, a própria estação já é um espetáculo à parte. Muito interessante e bonita. Na saída o primeiro prédio que me chamou a atenção foi a Igreja dos Congregados, pela sua beleza marcante. Olhando ao redor, o viajante irá deleitar-se com uma cidade encravada nas encostas que sobrem do Rio Douro, com casarões antigos e coloridos, uma arquitetura realmente deslumbrante. Difícil é escolher qual caminho deve-se tomar, já que todas as ruas têm o seu charme e beleza, assim como os prédios históricos que nela se encontram.


Edifícios da Praça da Liberdade
     Decidi subir em direção à Avenida dos Aliados, onde ao final encontra-se a belíssima Capela das Almas. Antes disso, ao cruzar a Praça da Liberdade deparamos com a estátua equestre de Vilmara Peres, além de vários prédios históricos com a arquitetura peculiar que encontraremos em toda a cidade do Porto. Após ir até o final da Avenida dos Aliados e retornar, resolvi seguir em direção à Catedral da Sé, que fica na direção oposta. Apenas para que o viajante não tenha dúvida, ao sair da estação São bento, dobrando à esquerda segue-se em direção ao Terreiro e Catedral da Sé (Sé Catedral) e virando à direita, chegará na Igreja dos Congregados.


Paços do Concelho
    A esta altura já estava bem cansado com a mochila nas costas, mas como a cada esquina me empolgava ainda mais com a beleza da cidade, resolvi fingir que não estava cansado e segui em frente, subindo a ladeira da Sé Catedral, chegando, finalmente, ao Terreiro da Sé, de onde pode-se ter uma das melhores vistas da cidade do Porto. Após deixar o Terreiro da Sé, descendo as escadarias chega-se à Igreja dos Grilos (Igreja e Colégio de São Lourenço), uma belíssima igreja, que vale a pena inclusive dar uma conferida no seu interior. Após deixar a igreja, desci por uma das vielas próximas em direção ao bairro da Ribeira, que recentemente foi revitalizado e hoje é um dos maiores atrativos turísticos da cidade. Ao chegar na Ribeira percebi que além da linda vista do Rio Douro e dos prédios e casarões que se erguem montanha acima, é um local excelente para comer e tomar um bom vinho ou uma cerveja gelada. O lugar é agitadíssimo, repleto de turistas e locais.


     Depois de conferir cada um dos cafés e restaurantes que se estendem ao longo da Ribeira, entrei no tripadvisor pelo aparelho celular para verificar quais os restaurantes próximos à mim mais bem avaliados. Dentre eles resolvi escolher o restaurante ODE Porto Wine House, localizado no Largo do Terreiro, bem ao lado da Capela de Nossa Senhora do Ó. Ao chegar no restaurante qual foi minha surpresa quando vi que as portas estavam fechadas. Não sei se o restaurante realmente fechou ou se somente abriria para jantar. Bem, como a fome e o cansaço estavam grandes, vi que havia logo ali, a poucos passos de distância, o restaurante A Grade, também muito bem avaliado pelos viajantes contribuidores do Tripadvisor. Resolvi entrar e conferir. Amigos, o restaurante é pequeno, rústico e simples, mas o atendimento do seu proprietário e funcionários é bastante acolhedor. Todos chamam os clientes de "primos" e de logo mostram simpatia e alegria, fazendo com que o cliente se sinta como um freguês antigo do lugar. Pedi uma vitela ao forno que estava simplesmente deliciosa, depois, uma dupla de portugueses e mais uma brasileira que compartilharam da mesma mesa que eu ofereceram-me um pouco das Tripas à moda do Porto, um prato bem típico da cidade, que é uma mistura de nossa buchada com dobradinha. Como sobremesa, o proprietário me sugeriu o leite-creme, dizendo que se eu não gostasse não iria pagar. A escolha do restaurante foi excelente. Exatamente o que eu queria: um lugar bem tradicional e com comida de primeira qualidade. Melhor ainda, após ótimo papo com os novos amigos portugueses, além de boas dicas que recebi de Portugal, dei-me conta de que eles haviam feito a gentileza de pagar minha conta, demonstrando a simpatia do povo português, em especial os moradores do Porto.

     O excelente "banquete" de comida portuguesa não foi suficiente para me impedir de continuar com o passeio naquele dia. Desci até o cais e lá tomei um barco para um percurso de 50min pelo Rio Douro, a fim de ver a cidade a partir do rio. O passeio não é tão interessante, porém pelo custo de 10 Euros acredito que vale a pena, pois permite ao viajante perceber outros ângulos da cidade e bater ótimas fotos. Terminado o passeio pelo Rio Douro, já absolutamente extenuado, resolvi subir de volta até a área da estação São Bento, a fim de tomar o metro até o Bessa Hotel.

     Antes de seguir para o hotel, passei em frente ao prédio do Palácio da Bolsa e do Mercado Ferreira Borges, ambos com uma arquitetura lindíssima. Seguindo ladeira acima, tomando a Rua das Flores, cheguei novamente à Estação São Bento, onde aproveitei para respirar um pouco e curtir mais o clima agradável e o vai e vem de turistas e moradores.

    Ao seguir para o hotel, mais uma pegadinha, esta um pouco mais estressante, pois o hotel, como já havia visto no google map, fica fora do centro histórico, o que me fez tomar um metro e descer na estação Casa da Música. Ocorre que tal estação fica a quase 2km de distância do hotel e eu, após caminhar um dia inteiro com a mochila nas costas, ainda tive que andar isso tudo para chegar ao hotel. Deveria ter tomado um táxi ou um ônibus, porém com raiva de mim mesmo resolvi encarar o percurso a pé mesmo até o hotel. Ao chegar no hotel, fui informado que o ônibus nº 502 liga a área do hotel até o downtown, devendo o viajante descer na Estação Bolhão.
Ribeira

    No dia seguinte, após acordar renovadíssimo, decidi visitar mais uma vez o entro histórico, indo aos lugares que não tive a oportunidade de conhecer no dia anterior. Após horas de caminhada, desci até o cais da Ribeira e lá escolhi o restaurante Chez Lapin para almoçar, pois dentre todos aqueles que se estendem pelo cais, era o mais bem avaliado pelos usuários do TripAdvisor. Dentre os pratos do almoço, o polvo ao forno estava simplesmente divino! os mexilhões e a sobremesa (bolacha) estavam apenas razoáveis. No conjunto foi interessante a escolha, pois a vista, a mesinha ao ar livre e o aglomerado de pessoas circulando pela região deram um tom ainda mais interessante ao almoço daquela tarde. Após boas taças de vinho branco do Douro e uma tacinha de vinho do Porto para acompanhar a sobremesa, fui até a estação São Bento, de onde tomei o primeiro trem para a estação Porto-Campanha, a partir da qual pegaria o trem para Lisboa. E assim encerrei meu final de semana, satisfeito com a escolha da cidade e estando certo de que valeria ainda um retorno para explorar melhor a região e, sobretudo, as vinícolas.

Mercado Ferreira Borges

domingo, 2 de outubro de 2011

COLMAR: uma pequena cidade da Alsácia


   Colmar é uma pitoresca cidadezinha francesa, situada na Alsácia, bem pertinho da divisa com a Alemanha. A cidade é a própria atração, com casarões coloridos, um canal que atravessa o pequeno centro e restaurantes e bares por toda a parte. Chegamos em Colmar num domingo, com o intuito de passarmos apenas o dia na cidade e retornarmos à Paris. Da própria estação de trem, que fica na parte menos turística da cidade, pode-se acessar o centrinho pitoresco a pé, sem a necessidade de tomar táxi ou ônibus. Todo o centro pode ser percorrido em alguns minutos. Esse é o tempo suficiente para conhecer o lugar, tirar boas fotos e imaginar estar numa pequena vila de séculos passados, ainda com a história e o estilo de vida inalterado, mesmo com a velocidade da vida moderna. Muitos anos sob o domínio alemão, Colmar recebe muitos visitantes do país vizinho, que aproveitam o domingo ensolarado para tomar bons copos de cerveja na pequena "vila". 

   Após visitarmos todo o centro, escolhemos um restaurante bem simpático, localizado ao lado do canal de águas azuis. A gastronomia da cidade sofre a influência da culinária alemã, com muito chucrute, salsicha e outras guloseimas alemãs. O vinho da região é excelente, com destaque para as uvas riesling e gewustraminer, muito bom para acompanhar uma truta mais que especial que comemos neste dia. Durante o almoço parecia que havíamos parado no tempo, apenas curtindo a belíssima cidade francesa e tomando boas taças de vinho;
     A viagem à Colmar certamente valeu cada minuto que passamos no lugar. Acreditamos que para visita-la basta apenas um único dia. O ideal é o viajante hospedar-se em Strasbourg, que fica a apenas 75 km de Colmar, e de lá acessar a linda cidadezinha para passeio de um dia inteiro. Ao chegar na cidade, deve-se circular por suas ruas e, se tiver tempo, fazer um passeio de barquinho pelos canais da cidade, admirando a beleza das construções coloridas, que mais parecem casinhas de bonecas. Em seguida, uma parada para o almoço é fundamental, logicamente acompanhado por uma boa taça de vinho da região. Ao final da jornada, basta voltar para Strasbourg ou outro destino, com a satiasfação de ter descoberto uma das cidades mais lindas e curiosas da França.  Bon voyage!!