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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

DESCOBRINDO A FRANÇA: Borgonha

          Aos amantes do vinho e da boa comida, a visita à Borgonha é indispensável. Pela razoável distância de Paris, em poucas horas de TGV chega-se à Dijon - a capital da Borgonha. Dijon é uma cidade lindíssima, com habitantes bem amáveis e educados, podendo ser facilmente percorrida a pé. Para os turistas, desde próximo à estação de trem, basta seguir as corujas desenhadas no centro das calçadas para se percorrer todos os pontos de interesse da cidade, ideal para quem não tem GPS e detesta usas mapas ou fazer perguntas aos residentes. Nesta caminhada pela linda Dijon, são imperdíveis o palais des Ducs et des Etats de Bourgogne, igreja Notre-Dame, Sé Saint-Bénigne e sua cripta do século XI e a rua de la Chouette e o hotel de Vogüé. Seguindo as corujas, o viajante vai se deparar com uma praça maravilhosa, rodeada de prédios antigos com uma arquitetura lindíssima, cercado de cafés e restaurantes e com o chafariz onde as crianças brincam livremente. Escolha qualquer um dos restaurantes, de preferência os mais movimentados, uma vez que o fluxo turístico não é tão grande como em outras cidades badaladas da Europa, a maioria dos frequentadores são residentes.

          No início do texto fiz questão de realçar o apelo enogastronômico da Borgonha, com pratos da cozinha clássica francesa, alguns bem tradicionais, como, por exemplo o beauf bourguignon, bochecha de boi e escargot. Não se assustem, pois há diversos pratos para os mais variados paladares, esses são os meus preferidos, já que tenho um paladar muito resistente, além de ser muito curioso, sempre disposto a experimentar pratos novos e exóticos. 

          Para uma gastronomia tão rica e variada, obviamente, em se tratando de França, os vinhos deveriam ser também de alta qualidade, a fim de se harmonizarem perfeitamente com a comida. Que me perdoem os amantes de Bordeaux, mas, para mim, os vinhos da borgonha são os melhores. Os vinhos tintos são da cepa Pinot Noir e os brancos são da Chardonnay. Porém não pense que já desvendou a vitivinicultura da Borgonha tão facilmente, pois há várias sub-regiões e denominações de origem controlada que fazem da região vinícula da Borgonha um mundo a ser desbravado. Para quem gosta de vinho, vale a pena ir até Beaune, que é a capital dos vinhos da Borgonha. Lá pode-se fazer um tour de vinhos, reservar hospedarias em meio aos vinhedos, comprar muitas garrafas de vinhos ou simplesmente passear livremente pela área rural, curtindo a beleza dos vinhedos e da paisagem, sendo irresistível a parada em algum lugar para fazer um picnic, logicamente acompanhado de ótimos queijos e um bom vinho. 

          Se estiver em Paris e não dispõe de muito tempo para conhecer outras localidades na França, é possível num só dia ir até Dijon ou Beaune, conhecer a cidade, almoçar e, à tardinha, retornar à Paris. Quando estive na Borgonha, estava voltando dos Alpes e fiquei apenas um dia em Dijon, retornando à Paris no final da tarde. Lembre-se que na primavera e verão os dias são bem longos, somente escurecendo após as 21h, de modo que dá para aproveitar o dia inteiro numa viagem rápida dessas. Sempre indico aos amigos que não fiquem todos os dias disponíveis em Paris. Procure explorar outras cidades e regiões. A França é uma complexidade cultural em que cada cidade e região possuem uma característica distinta umas das outras, em algumas localidades, até a língua é diferente, como na divisa com a Espanha. 

          Então, aproveitem a Borgonha. Descubra todos os seus sabores. Arrisquem-se!!! Possivelmente terão uma maravilhosa surpresa ao apreciar pratos que jamais imaginariam comer. Ah, e os vinhos... Não deixem de trazer ao menos 3 garrafas.  



Dijon - seguindo as corujas

Dijon
Dijon - praça central


domingo, 26 de setembro de 2010

VIAGEM À RIVIERA FRANCESA

 A França é um dos mais procurados destinos turísticos do mundo e há muitos anos vem se consolidando no 1º lugar. Não é por menos, com uma área de 543.965 quilômetros quadrados, dividida em 26 regiões administrativas, possui um vasto atrativo turístico distribuído por todo o território francês.
Isso significa dizer que não apenas Paris é a atração francesa, mas sim diversas outras cidades e regiões são destinos turísticos fortes, com atrações diversas para os mais variados gostos. Neste aspecto, um dos lugares mais belos e que mais atrai turistas é, sem dúvida, a Riviera Francesa ou Côte d'Azur, banhada pelo mar mediterrâneo e que se insere na região administrativa da Provence-Alpes-Côte d'Azur. A cidade maior e mais importante é Nice, cuja foto da orla marítima foi postada acima. O clima de Nice é mediterrâneo, com temperaturas amenas na primavera e forte calor no verão. Os principais atrativos de Nice e da região são as praias e as belezas naturais, além, logicamente, das baladas de celebridades e de gente comum. Isto mesmo. Apesar da aparência chic de St. Tropez e Cannes, a Riviera Francesa é uma grande atração para todos os bolsos e gostos. Pode-se alugar carrões tipo Ferrari e Porsche, mas também pode-se pegar os confortáveis trens e explorar toda a região. Aconselho alugar um apartamento ou reservar um hotel em Nice, não apenas pelo preço mais acessível, como pelo aeroporto próximo e as variadas opções que só uma grande cidade pode oferecer. Daí, com um carro alugado ou de trem, explorar toda a região, visitando os lugares mais famosos, bem como aqueles menos conhecidos. Nice possui uma localização bem central, há poucos minutos de Cannes e Mônaco. St. Tropez e St. Rafael ficam um pouco mais distantes, sendo que não há trem direto até St. Tropez, sendo necessário pegar um ônibus a partir de St. Rafael. Se estiver em Paris, pela longa distância, melhor ir de avião ou então em trem noturno, com camas para uma boa noite de sono. Nice é uma cidade um pouco diferente de Paris. As pessoas são mais despojadas, a violência é evidente pela quantidade de policiamento nas ruas e não possui o glamour de St. Tropez e Mônaco. Somente para se ter uma idéia, quando eu estava saindo de um restaurante em Nice, deparei-me com um bêbado urinando nas mesas que ficavam do lado de fora do lugar, deixando os frequentadores estupefatos com aquilo. Cena urbana dos trópicos e inimagináveis em lugares como Paris e Mônaco, mas que em Nice infelizmente acabou ocorrendo. Fora isso, as pessoas são atenciosas e prestativas. Pela distância, sugiro visitar Mônaco, Cannes e, se estiver de carro ou tiver tempo, a ida à St. Tropez é indispensável. Para explorar bem a região, é melhor passar mais alguns dias, de 4 a 5 já é o suficiente, pois pode-se curtir bastante e conhecer todos os lugares maravilhosos da região, explorar suas praias, degustar de seus bons vinhos e de sua gastronomia rica e extremamente deliciosa. Aos amantes do vinho, a Côte d'Azur fica próxima à Savoy, região importantíssima na produção de vinhos rosé - os melhores do mundo na minha opinião. Na gastronomia, por ser uma região marítima, aproveite tudo o que a culinária mediterrânea tem a oferecer de melhor, muitos frutos do mar, peixes, lagosta e outras guloseimas de dar água na boca. Assim, quando for à França, não se limite a conhecer Paris, explore a França e vá até a Riviera aproveitar este pedaço de paraíso em pleno território europeu, com praias lindíssimas, banhadas com água azul turquesa e, no verão, com um sol bem brasileiro.  
                                                                                    





Uruguai: Montevidéu


Montevidéu é uma cidade antiga e a capital do Uruguai, pequeno país da América do Sul com população aproximada de pouco mais de 3.000.000 de habitantes. A cidade possui um aeroporto um pouco distante da área central, com custo de aproximadamente US$ 40,00 até os principais hotéis da cidade. A dica de hospedagem é ficar próximo à área de Punta Carretas, área nobre da cidade, bastante segura e com opções próximas de compras, restaurantes, passeios e praias. Lembre-se que as praias em Montevidéu na realidade são as margens do Rio da Prata, que pela sua imensidão dá uma impressão de oceano, que porém logo desaparece quando percebemos a cor amarronzada da água. No entanto, isso não compromete em nada a beleza do lugar, sobretudo no final de tarde, com um pôr-do-sol maravilhoso. Em Montevidéu, o viajante deve ficar de 2 a 3 dias no máximo, onde poderá conhecer os pontos turísticos mais importantes da capital uruguaia, dentre eles: o Mercado Central, Catedral, Teatro Solis, Praça da Independência, Museus e praia de Punta Carretas. Para compras, indico uma ida ao Shopping Punta Carretas, onde tem grande variedade de eletrônicos, roupas e vinhos, além de uma variada praça de alimentação. O Uruguai tem como referência seus vinhos da uva Tannat e sua carne, intensamente tenra e saborosa, pedida que não pode ser esquecida pelo viajante. Lembre-se que por ser um país pequeno, pode-se ir de um extremo ao outro deslocando-se apenas 100 a 150km. Diante disso, dá pra ir ao balneário de Punta del Este e à cidade histórica de Colonia del Sacramento, em tour de dia inteiro em cada um dos passeios, que podem ser reservados a partir do hotel ou pela web. Aos enófilos, além de trazer na bagagem muitas garrafas do néctar dos deuses, uma ida até alguma Bodega próxima à Montevidéu  é uma boa dica, dentre elas, destaco a Bolza, que além do tour de vinhos tradicional com degustação e visitação aos vinhedos, possui um amplo salão para degustação com vista para os vinhedos e um pianista fazendo embalando os visitantes. Por fim, a viagem à Montevidéu pode ser feita inteiramente pela internet, através de reservas on line de hotéis, passeios e restaurantes, sem necessidade de serviços de agente de viagem. Então, prepare as malas e boa viagem!!!

Viagem: uma paixão


Começando mais uma viagem inesquecível, envolto no sonho de um mundo novo a se descortinar com a abertura das portas do avião. É isso mesmo! Enquanto uma maioria dorme, outros refletem com seus desconfortáveis travesseirinhos de bordo, eu me mantenho acordado em plena madrugada fria de agosto escrevendo a minha expectativa de um final de semana perfeito em algum lugar do mundo.
Há muito tempo que desejo escrever sobre minha grande paixão: viajar. Não sei se por falta de tempo, de inspiração ou por simples preguiça, somente nesta manhã resolvi dar o pontapé inicial. Antes tarde do que nunca!!
Aos meus 34 anos, lembro-me bem quando há dez anos atrás, um grande amigo, descrevendo suas aventuras pelo mundo, falou-me de seu fascínio por conhecer outros países, novas culturas, desfrutar de paisagens distintas, enfim sair do lugar comum, da vida cotidiana e ir em busca de uma nova aventura para curtir e guardar nas memórias de uma vida. Dizia ele que preferia viajar várias vezes durante o ano a comprar um apartamento ou um carro novo. Nessa época, o lugar mais longe que já havia ido na vida foi a cidade de São Paulo e não conseguia compreender o que ele dizia e a sua flagrante excitação ao falar dessas viagens.
Pois é. Os anos se passaram, até que em 2005 tomei coragem e, assim como São Tomé, resolvi ver para crer e comprei uma passagem para Buenos Aires. Ainda incrédulo quanto às reais vantagens da empreitada turística, resolvi enfrentar o problema e seguir em frente. Tirada a passagem, mesmo sem ser necessário, cuidei dos procedimentos quanto à emissão de passaporte, reservei hotel e transfer, adquiri um seguro de viagem, enfim, tomei as precauções normais de todo viajante.
Com o passar dos dias, cada vez mais perto ficava a data de embarque. Eu, ao invés de contar as horas, deixei o tempo fluir de forma natural, sem preocupações e tampouco alguma excitação ou ansiedade. O corpo humano tem dessas coisas mesmo, pois para que sofrer por antecipação? É meus amigos, esse período apático e de entediante marasmo chegou ao fim quando com as malas prontas cheguei à sala de embarque e vi que já não podia mais voltar atrás e, finalmente, minha primeira aventura de viajante estava prestes a começar. Nesse momento, um misto de ansiedade, nervosismo e medo tomava conta de mim.
Já no avião, comecei a me acalmar e percebi que ali dentro tudo era exatamente igual às dezenas de viagens aéreas que já havia feito antes, sem nada de especial ou diferente, a não ser a comida menos tenebrosa do que aquela servida em vôos domésticos. Após o início do vôo, percebo algumas situações distintas. Primeiro, a comissária de bordo aplica por todo o avião um gás desinfetante, algo que me causou espanto e surpresa. Me senti naquele momento como um mendigo precisando não de um banho, mas de uma limpeza profunda para ingressar no estrangeiro. Após este transtorno inicial, fiquei tranquilo durante todo o vôo, apesar da dificuldade em, pela primeira vez, preencher os documentos de imigração e alfandegários do pais que iria visitar. Procedimento este de praxe, mas que naquele momento, como mariheiro de primeira viagem que era, trouxe-me alguma dificuldade.
Encerrado o vôo, como que num túnel do tempo, ultrapasso os limites da aeronave e ingresso num mundo inteiramente novo. Um mundo dimensionalmente distinto do meu, com cheiros, vozes, sabores e cores absolutamente diferentes de tudo aquilo que já havia visto antes. Passado este êxtase inicial, com as filas na imigração e a falta de educação dos agentes responsáveis pela fiscalização dos passageiros, percebo que muitas coisas são milimetricamente iguais com aquilo que vivenciamos no Brasil.
Esta primeira viagem marcou não apenas por ter sido meu debut como viajante aventureiro, mas sobretudo por abrir um universo inteiramente novo, pronto a ser conquistado e extremamente cativante. Aí começa a minha primeira experiencia com novas culturas e países. Digo começa, pois depois deste ano de 2005, após esta viagem à Argentina, passei a viajar cada vez mais frequentemente, até que hoje em dia faço pelo menos quatro viagens por ano a outros países, procurando sempre descobrir algo novo e inusitado, fazendo de um simples hobby para muitos, uma razão de viver.