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domingo, 13 de março de 2011

Nova Zelândia: Ilha Sul


Pacífico entre Wellington e Picton

   A viagem à Ilha Sul começou por volta de 10h da manhã, quando deixamos a cidade de Wellington. A nossa expectativa só aumentava, pois os comentários que ouvimos nos hotéis era o de que nós iríamos gostar muito mais da Ilha Sul, pois esta era ainda mais bela do que a Ilha Norte, o que realmente confirmamos logo no início do percurso marítimo que liga as duas ilhas. A viagem de ferry entre as ilhas norte e sul é um espetáculo à parte. O oceano lindíssimo, com água azul-turquesa e circundado por belas montanhas dando um toque especial à paisagem, além da presença de algumas lanchas, veleiros e caiaques que nos faziam ter uma pitada de inveja dos locais por viverem num lugar mágico como aquele.

   Após 3h de travessia e 100km percorridos chegamos, enfim, à Ilha Sul, na cidade de Picton. Picton é uma pequenina cidade com uma beleza ímpar. As montanhas e o oceano fazem do lugar um maravilhoso cartão postal da Nova Zelândia e uma excelente boas-vindas aos viajantes que se aventuram nesta ultima fronteira da Oceania.
Pacific Road: entre Picton e Kaikoura 

Pacific Road: próximo à Kaikoura
  
   Após almoçarmos, pegamos a rodovia oceânica até Christchurch, num percurso de aproximadamente 400km. A estrada é simplesmente fantástica, com paisagens espetaculares durante quase todo o percurso. Parávamos a todo instante para tirarmos fotos e curtirmos a beleza quase intocável do lugar. O caminho passa pelos vinhedos de Marlborough e segue margeando o pacifico até Kaikoura, para, em seguida, ingressar pelo interior da costa leste passando pelos vinhedos de Canterbury, e, finalmente, chegarmos em Christchurch, totalmente em êxtase pela magnifica paisagem que curtimos naquele lindo dia ensolarado.

   Em Christchurch, o ponto baixo e alto da nossa viagem. Chegamos já tarde na cidade e, por terem nos trocado de hotel, do Ibis para o All seasons, este último fora do centro, não tivemos condições físicas de sairmos à noite para curtir a cidade. Após uma longa noite de sono, tomamos uma decisão que pode ter salvado nossas vidas ou, no mínimo, possibilitado que a viagem seguisse seu curso normal, pois na manhã do dia 22 de fevereiro, quando iríamos passear pelo centro de Christchurch, decidimos, de ultima hora, não visitarmos o centro da cidade e seguirmos logo para Franz Josef, já que teríamos cerca de 400km pela frente e acordamos um pouco tarde. Ao pegarmos a estrada, pouco tempo depois, ouvimos pelo radio que um terremoto havia ocorrido em Christchurch e destruído a cidade inteira, inclusive a catedral que visitaríamos e a rua onde havíamos passado no dia anterior. Um misto de alívio e certo temor nos deixou calados e pensativos por boa parte das 4h de percurso até Franz Josef.
   Escolhemos seguir até Franz Josef pela Arthur's Pass, uma estrada alpina que cruza os alpes neozelandeses até a costa oeste, quando então tomamos a Highway 6 até Franz Josef. No caminho, paramos em Greymouth, uma bonita cidade litorânea, para depois seguirmos até a terra dos glaciares. Infelizmente, os dias de sol ficaram para trás e tivemos 3 dias nublados e chuvosos, porém nada que atrapalhasse a viagem ou diminuísse a beleza do lugar. 

Fazenda de ovelhas em Arthur's Pass Road

Pacífico na West Coast

Fox Glacier

Paisagem na chegada em Fox Glacier

   Franz Josef, a cidade que escolhemos para passar a noite, é uma pequena vila repleta de hotéis, motéis e lodges, com muitas opções de passeios pelos glaciares, alem de variados restaurantes e bares. Apesar de ser verão, o dia nublado e a temperatura abaixo de 10° fez-nos sentir em pleno inverno. Na manhã seguinte, após uma ótima e revigorante noite de sono, iríamos fazer um voo panorâmico de helicóptero pelos Fox e Franz Josef glaciares, o que não pode ser feito em razão do mal tempo. 
  
   Com as malas prontas, seguimos então para nosso destino final: Queenstown. No caminho, ainda conseguimos avistar de longe o Franz Josef Glacier, mas nos encantamos mesmo foi com o Fox Glacier, onde paramos para tirar boas fotos e nos encantarmos com a beleza do lugar. Apesar do frio, caminhamos do estacionamento até a borda do glaciar, num percurso de aproximadamente 30min (ida e volta). Não tivemos coragem de subir até o local em que seria possível caminhar pelo glaciar, já que ainda tínhamos muitos quilômetros de estrada pela frente e a subida e descida levariam cerca de 1h. Retornando à estrada, passamos por montanhas, penhascos, florestas até que alcançarmos novamente a costa oeste, onde tiramos lindas fotos do pacifico. Seguindo caminho, entramos novamente para o interior da Ilha Sul, onde a paisagem mudou mais uma vez, agora para montanhas, pastos e belíssimos lagos, dentre eles destacando-se o Lake Hayes e o Lake Wanaka, onde paramos para mais uma sessão de fotos. Já nos aproximando de Queenstown, descemos a scenic road até Arrowtown, com uma vista maravilhosa do lago que rodeia Queenstown, até finalmente chegarmos no nosso último destino.

Lake Wanaka


Fiords

   Em Queenstown, fomos recebidos pelo simpaticíssimo Keith Stevens, proprietário do hotel Villa del Lago, que nos levou à nossa excepcional suíte com uma vista fantástica para o Lake Wakatipu. Naquele momento tivemos a certeza que seria um final de viagem majestoso. E foi exatamente o que aconteceu!
   Naquela primeira noite, fizemos um pequeno passeio pelo centro de Queenstown, onde jantamos no excelente restaurante Britannia, que além da comida maravilhosa, reproduz o convés de um navio inglês antigo.
  Na manhã seguinte, com o tempo nublado e com um pouco de chuva, fizemos um tour guiado até Milford Sounds, a região dos fiordes da Nova Zelândia. O passeio dura cerca de 12h, com um cruzeiro pelos fiordes de uma hora e meia, deixando o viajante boquiaberto após cada curva, onde surge mais uma nova montanha, um lago ou a própria cadeia escarpada que forma os fiordes neozelandeses. O tempo ruim somente diminuiu a beleza das fotos tiradas, mas não nos impediu de admirar a beleza natural dos fiodes, até o momento, o mais bonito e exuberante lugar que já visitamos. Acredito que, dificilmente, sentiremos a emoção que tivemos ao ver se agigantar no horizonte os fiordes com seus picos de até 1682m de altura (Mitre Peak), repleto de cachoeiras e que termina no Mar da Tasmânia. Em razão da ocorrência frequente de dias chuvosos e nublados, sugiro que o viajante deixe para reservar o passeio dos fiordes ao chegar no hotel e checar a previsão do tempo para os dias seguintes, a fim de escolher o melhor dia para a visita. Na Nova Zelândia os hotéis fazem todo tipo de reservas, não sendo necessário ir até agências de viagem para fazê-lo. No retorno da visita aos fiordes ainda tivemos pique de sair para jantar, onde saboreamos os pescados e frutos do mar do restaurante Fishbone.

Lake Wakatipu em Queenstown

Lake Hayes

Queenstown: porto e concentração de bares e restaurantes 
   No terceiro dia em Queenstown, resolvemos tirar o dia para curtirmos a cidade e suas atracões. Passeamos numa lancha rápida pelo lago, com uma carga de adrenalina considerável, comemos fish and chips à beira do lago, para finalmente jantarmos no Skyline, um restaurante com show maori que fica no topo de uma montanha, cujo acesso é feito por teleférico, oferecendo uma excelente vista da cidade e da paisagem montanhosa que a circunda. A comida é estilo buffet, porém com grande variedade de carnes, frutos do mar e sobremesas. Já o show maori é excelente, muito melhor do que aquele que assistimos em Rotorua. No final da noite, lá pelas 22:30, aproveitamos a varanda do nosso quarto para saborearmos um excelente Pinot Gris, enquanto curtíamos a lua maravilhosa e o seu reflexo no Lake Wakatipu, em Queenstown.

   Ultimo dia em Queenstown antes de retornarmos ao Brasil, quando acreditávamos que não haveria mais nada com que nos surpreender, decidimos fazer um tour pelas vinícolas da região de Central Otago, precisamente na área de Cromwell. Após visitar algumas delas, fizemos uma excelente degustação na Chard Farm, onde o proprietário nos atendeu pessoalmente e, como éramos os únicos clientes, pode nos contar a história da vinícola e de seus vinhos. O tasting envolveu 7 tipos de uvas diferentes: Sauvignon Blanc, Chardonnay, Pinot Gris, Riesling, Gewustraminer, finalizando com 4 rótulos de Pinot Noir. Após quase no limite de álcool permitido para dirigir na Nova Zelandia (0.08%), fomos em direção ao final do vale, parando na vinícola e cheesery Gibbston Valley, onde fizemos uma degustação de queijos simplesmente maravilhosa. No caminho passamos por rios, lagos e até pela famosa historic bridge onde fica o famoso Bungee Jumping da Nova Zelândia, porém não ficamos atraídos a experimentar esta fortíssima dose de adrenalina. Jantamos numa vinícola, onde se servia uma comida simples, mas saborosa, com destaque para o salmão que estava simplesmente divino. 

Bar Minus 5°: bar inteiramente feito de gelo
  No retorno à Queenstown, fomos até o centro da cidade, a fim de aproveitar aquela que seria a nossa última noite na Nova Zelândia. Nesta noite fomos ao imperdível Minus 5º, um bar todo de gelo, desde os copos, paredes, decoração, mesas e até as cadeiras e mesas. Paga-se 32,00 NZ dólares para entrar, com direito a um drink e permanência de 30min. O frio é entre -5º e -10º C, mas a experiência vale muito a pena e recomendo a todos que forem à Queenstown. Após a experiência gelada, jantamos à beira do lago curtindo o lindo pôr do sol daquela nossa última noite.

   Feitas as malas, é com um enorme sorriso no rosto que nos despedimos deste país fantástico, de belezas naturais de tirar o fôlego e com um povo caloroso, acolhedor, simples e sempre disposto a ajudar. Viajar pela Nova Zelândia é descobrir um mundo novo e uma oportunidade única de aproveitar a vida e curtir a natureza na sua maxima expressão.


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