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domingo, 26 de setembro de 2010

Viagem: uma paixão


Começando mais uma viagem inesquecível, envolto no sonho de um mundo novo a se descortinar com a abertura das portas do avião. É isso mesmo! Enquanto uma maioria dorme, outros refletem com seus desconfortáveis travesseirinhos de bordo, eu me mantenho acordado em plena madrugada fria de agosto escrevendo a minha expectativa de um final de semana perfeito em algum lugar do mundo.
Há muito tempo que desejo escrever sobre minha grande paixão: viajar. Não sei se por falta de tempo, de inspiração ou por simples preguiça, somente nesta manhã resolvi dar o pontapé inicial. Antes tarde do que nunca!!
Aos meus 34 anos, lembro-me bem quando há dez anos atrás, um grande amigo, descrevendo suas aventuras pelo mundo, falou-me de seu fascínio por conhecer outros países, novas culturas, desfrutar de paisagens distintas, enfim sair do lugar comum, da vida cotidiana e ir em busca de uma nova aventura para curtir e guardar nas memórias de uma vida. Dizia ele que preferia viajar várias vezes durante o ano a comprar um apartamento ou um carro novo. Nessa época, o lugar mais longe que já havia ido na vida foi a cidade de São Paulo e não conseguia compreender o que ele dizia e a sua flagrante excitação ao falar dessas viagens.
Pois é. Os anos se passaram, até que em 2005 tomei coragem e, assim como São Tomé, resolvi ver para crer e comprei uma passagem para Buenos Aires. Ainda incrédulo quanto às reais vantagens da empreitada turística, resolvi enfrentar o problema e seguir em frente. Tirada a passagem, mesmo sem ser necessário, cuidei dos procedimentos quanto à emissão de passaporte, reservei hotel e transfer, adquiri um seguro de viagem, enfim, tomei as precauções normais de todo viajante.
Com o passar dos dias, cada vez mais perto ficava a data de embarque. Eu, ao invés de contar as horas, deixei o tempo fluir de forma natural, sem preocupações e tampouco alguma excitação ou ansiedade. O corpo humano tem dessas coisas mesmo, pois para que sofrer por antecipação? É meus amigos, esse período apático e de entediante marasmo chegou ao fim quando com as malas prontas cheguei à sala de embarque e vi que já não podia mais voltar atrás e, finalmente, minha primeira aventura de viajante estava prestes a começar. Nesse momento, um misto de ansiedade, nervosismo e medo tomava conta de mim.
Já no avião, comecei a me acalmar e percebi que ali dentro tudo era exatamente igual às dezenas de viagens aéreas que já havia feito antes, sem nada de especial ou diferente, a não ser a comida menos tenebrosa do que aquela servida em vôos domésticos. Após o início do vôo, percebo algumas situações distintas. Primeiro, a comissária de bordo aplica por todo o avião um gás desinfetante, algo que me causou espanto e surpresa. Me senti naquele momento como um mendigo precisando não de um banho, mas de uma limpeza profunda para ingressar no estrangeiro. Após este transtorno inicial, fiquei tranquilo durante todo o vôo, apesar da dificuldade em, pela primeira vez, preencher os documentos de imigração e alfandegários do pais que iria visitar. Procedimento este de praxe, mas que naquele momento, como mariheiro de primeira viagem que era, trouxe-me alguma dificuldade.
Encerrado o vôo, como que num túnel do tempo, ultrapasso os limites da aeronave e ingresso num mundo inteiramente novo. Um mundo dimensionalmente distinto do meu, com cheiros, vozes, sabores e cores absolutamente diferentes de tudo aquilo que já havia visto antes. Passado este êxtase inicial, com as filas na imigração e a falta de educação dos agentes responsáveis pela fiscalização dos passageiros, percebo que muitas coisas são milimetricamente iguais com aquilo que vivenciamos no Brasil.
Esta primeira viagem marcou não apenas por ter sido meu debut como viajante aventureiro, mas sobretudo por abrir um universo inteiramente novo, pronto a ser conquistado e extremamente cativante. Aí começa a minha primeira experiencia com novas culturas e países. Digo começa, pois depois deste ano de 2005, após esta viagem à Argentina, passei a viajar cada vez mais frequentemente, até que hoje em dia faço pelo menos quatro viagens por ano a outros países, procurando sempre descobrir algo novo e inusitado, fazendo de um simples hobby para muitos, uma razão de viver.

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