Aos amantes do vinho e da boa comida, a visita à Borgonha é indispensável. Pela razoável distância de Paris, em poucas horas de TGV chega-se à Dijon - a capital da Borgonha. Dijon é uma cidade lindíssima, com habitantes bem amáveis e educados, podendo ser facilmente percorrida a pé. Para os turistas, desde próximo à estação de trem, basta seguir as corujas desenhadas no centro das calçadas para se percorrer todos os pontos de interesse da cidade, ideal para quem não tem GPS e detesta usas mapas ou fazer perguntas aos residentes. Nesta caminhada pela linda Dijon, são imperdíveis o palais des Ducs et des Etats de Bourgogne, igreja Notre-Dame, Sé Saint-Bénigne e sua cripta do século XI e a rua de la Chouette e o hotel de Vogüé. Seguindo as corujas, o viajante vai se deparar com uma praça maravilhosa, rodeada de prédios antigos com uma arquitetura lindíssima, cercado de cafés e restaurantes e com o chafariz onde as crianças brincam livremente. Escolha qualquer um dos restaurantes, de preferência os mais movimentados, uma vez que o fluxo turístico não é tão grande como em outras cidades badaladas da Europa, a maioria dos frequentadores são residentes.
No início do texto fiz questão de realçar o apelo enogastronômico da Borgonha, com pratos da cozinha clássica francesa, alguns bem tradicionais, como, por exemplo o beauf bourguignon, bochecha de boi e escargot. Não se assustem, pois há diversos pratos para os mais variados paladares, esses são os meus preferidos, já que tenho um paladar muito resistente, além de ser muito curioso, sempre disposto a experimentar pratos novos e exóticos.
Para uma gastronomia tão rica e variada, obviamente, em se tratando de França, os vinhos deveriam ser também de alta qualidade, a fim de se harmonizarem perfeitamente com a comida. Que me perdoem os amantes de Bordeaux, mas, para mim, os vinhos da borgonha são os melhores. Os vinhos tintos são da cepa Pinot Noir e os brancos são da Chardonnay. Porém não pense que já desvendou a vitivinicultura da Borgonha tão facilmente, pois há várias sub-regiões e denominações de origem controlada que fazem da região vinícula da Borgonha um mundo a ser desbravado. Para quem gosta de vinho, vale a pena ir até Beaune, que é a capital dos vinhos da Borgonha. Lá pode-se fazer um tour de vinhos, reservar hospedarias em meio aos vinhedos, comprar muitas garrafas de vinhos ou simplesmente passear livremente pela área rural, curtindo a beleza dos vinhedos e da paisagem, sendo irresistível a parada em algum lugar para fazer um picnic, logicamente acompanhado de ótimos queijos e um bom vinho.
Se estiver em Paris e não dispõe de muito tempo para conhecer outras localidades na França, é possível num só dia ir até Dijon ou Beaune, conhecer a cidade, almoçar e, à tardinha, retornar à Paris. Quando estive na Borgonha, estava voltando dos Alpes e fiquei apenas um dia em Dijon, retornando à Paris no final da tarde. Lembre-se que na primavera e verão os dias são bem longos, somente escurecendo após as 21h, de modo que dá para aproveitar o dia inteiro numa viagem rápida dessas. Sempre indico aos amigos que não fiquem todos os dias disponíveis em Paris. Procure explorar outras cidades e regiões. A França é uma complexidade cultural em que cada cidade e região possuem uma característica distinta umas das outras, em algumas localidades, até a língua é diferente, como na divisa com a Espanha.
Então, aproveitem a Borgonha. Descubra todos os seus sabores. Arrisquem-se!!! Possivelmente terão uma maravilhosa surpresa ao apreciar pratos que jamais imaginariam comer. Ah, e os vinhos... Não deixem de trazer ao menos 3 garrafas.
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Dijon - seguindo as corujas |
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Dijon |
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Dijon - praça central |